quinta-feira, 26 de maio de 2022

MPRJ prende 9 PMs suspeitos de corrupção; comandante de batalhão é alvo e foi afastado


Segundo as investigações, os policiais sequestravam criminosos, vendiam armas, vazavam operações e faziam 'troia' contra traficantes. Agentes apreenderam R$ 133 mil em espécie na casa e na sala no batalhão de chefe do Serviço Reservado.

Bandidos de farda - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) realiza, nesta quinta-feira (26/05), a Operação Mercenários, para prender 11 policiais militares integrantes de organização criminosa voltada para os crimes de corrupção, tortura, peculato e concussão. Os policiais, entre outros crimes, sequestravam e extorquiam criminosos, mediante tortura e pagamento de resgate. Além das prisões, estão sendo cumpridos 35 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos denunciados. Dos onze policiais, nove já foram presos hoje.

Presos

Adelmo da Silva Guerini Fernandes


Antônio Carlos dos Santos Alves


Marcelo Paulo dos Anjos Benício


Mário Paiva Saraiva


Oly do Socorro Biage Cei de Novaes


Vitor Mayrinck


Três ainda não haviam sido identificados.


A operação, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e é realizada em parceria com a Corregedoria da Polícia Militar.

Os mandados de prisão e busca e apreensão foram expedidos pelo Juízo da Auditoria Militar do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.



As investigações tiveram início a partir da análise de dados do aparelho celular do denunciado Adelmo Guerini, apreendido durante a operação Gogue Magogue, realizada em agosto de 2020 para desmantelar um grupo miliciano que explorava o serviço de mototáxis na comunidade Asa Branca, em Jacarepaguá. A partir dos dados extraídos do aparelho, verificou-se que policiais militares lotados no GAT (Grupamento de Ações Táticas), do 24º Batalhão da Polícia Militar, e na P2 (Seção de Inteligência da Polícia Militar) do 21º BPM, valendo-se da função desempenhada nos batalhões, integraram organização criminosa para cometer os crimes citados.


Armas e rádios apreendidos na casa de um PM do Batalhão de Caxias — Foto: Reprodução/TV Globo


Adelmo e os denunciados Mário Paiva Saraiva, Antonio Carlos dos Santos Alves, Denilson de Araújo Sardinha, Weliton Dantas Luiz Junior, Francisco Santos de Melo, Marcelo Paulo dos Anjos Benício e Vitor Mayrinck, integravam a equipe Delta do GAT do 24º Batalhão da Polícia Militar, aliando-se para obter vantagens indevidas, através de acertos de propina com criminosos, em especial traficantes. Quando o acerto não era realizado, os denunciados realizavam atos de violência, através de extorsões, torturas e homicídios, além de desviar parte ou a integralidade de materiais ilícitos apreendidos que, muitas vezes, sequer eram apresentados à autoridade policial.

Em fevereiro de 2020, André Araújo, então subcomandante do 24º BPM assumiu o comando do 21º BPM, levando consigo parte do grupo para formar a P2 do 21º BPM, cujo chefe era Anderson Orrico. A partir deste momento, o esquema criminoso existente no GAT do 24º BPM foi copiado e implementado no 21º BPM, com seus integrantes passando a contar com informantes e arrecadadores de propina próprios. Com isso, passaram a fazer parte da organização criminosa outros cinco policiais militares: Marcelo Leandro Teixeira, Oly do Socorro Biage Cei de Novaes, William de Souza Noronha, Fabiano de Oliveira Salgado e Thiago Santos Cardoso. 

Atualmente, André Araújo comanda o 15º BPM, sendo Anderson Orrico o chefe da P2 do mesmo Batalhão. Mario Paiva Saraiva, Antônio Carlos dos Santos Alves e Denilson Sardinha integram o GAT do 15º BPM. O GAECO/MPRJ está cumprindo mandados de busca e apreensão nos endereços vinculados aos dois primeiros objetivando obter provas acerca da participação deles nos crimes denunciados.

Por MPRJ e G1

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