sexta-feira, 1 de abril de 2022

Prefeitura de Itaguaí inaugura nova emergência do Hospital São Francisco Xavier

Nova emergência é o contraste de um hospital abandonado nos anos de 2017, 2018 e 2019. Hospital chegou a ficar fechado por falta de respiradores, falta de materiais básicos, infraestrutura precária e suspeita de desvios de verbas


Itaguaí - A Prefeitura de Itaguaí inaugurou, nesta quinta-feira (31/03), a nova emergência do Hospital Municipal São Francisco Xavier (HMSFX), remodelada e modernizada. Após a reforma, o setor já está em funcionamento. A principal unidade de saúde da cidade não recebia reformas de grande porte havia mais de 20 anos. A solenidade de entrega das novas instalações contou com a presença do governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, do prefeito Rubem Vieira, além de deputados estaduais e federais, secretários de estado e municipal, vereadores e líderes religiosos.



– "Hoje é um dia de muita alegria. Entregamos a primeira parte desse sonho. Ter um hospital digno, que a cidade merece. Infelizmente, não temos condições de fechar o hospital inteiro para reformas de uma vez. Esta emergência é um marco de Itaguaí. Sou da área de saúde e sempre sonhamos ter essa unidade 100%. Temos muito para melhorar" – discursou o prefeito Rubem Vieira.


O governador Cláudio Castro aproveitou o momento para destacar a parceria entre a prefeitura e o Estado. Ele, inclusive, recebeu o pedido do gestor de Itaguaí para reformar a segunda parte do hospital.

– "Dá gosto quando um prefeito tem projetos, que sabe para onde ir. Estou muito feliz de estar aqui hoje entregando esta primeira fase de modernização do hospital. Quero agradecer ao prefeito por oportunizar esta parceria que trará muitos benefícios à população" – ressaltou Castro.




A Reforma

A nova emergência tem muitas novidades para melhorar o atendimento e o conforto dos pacientes. O setor de trauma (sala vermelha) foi ampliado, passando de três para sete leitos. Foram instaladas novas réguas de gases do padrão CTI. Este painel proporciona tratamentos com gases medicinais embutidos, acessíveis e perto do leito do paciente para situações emergenciais. Outra novidade desse espaço foi criação de uma sala de expurgo e rampa de acesso coberta para desembarque de paciente.

A sala amarela 1 também foi ampliada: agora são 10 leitos no total, mais um leito de isolamento. Já a sala amarela 2 permanece com quatro leitos. Estes ambientes de internação também ganharam réguas de gases do padrão CTI e cortinas individualizadas. Os banheiros possuem luzes automáticas e sistema de emergência, seguindo todas as regras de acessibilidade. As salas amarelas e a vermelha contam com novos pontos para diálise.

Os consultórios de ortopedia, clínicos, laboratório, triagem, ouvidoria e sala de gesso foram todos repaginados. A sala de raios X terá equipamento digital completo. A sala de medicação ganhou espaço para ECG e passou de quatro para seis cadeiras. Uma nova sala de assistência social foi integrada à emergência.

A reforma também contemplou melhorias no telhado. A laje foi impermeabilizada, recebeu estrutura metálica, telhas em aço com camada de alumínio. Todas as paredes foram impermeabilizadas, receberam acabamento helamínico, além de bate macas. Seguindo regras da Anvisa, em toda emergência foi colocado piso vinílico em manta hospitalar no tom azul.


Recepção

A recepção é mais um dos diferenciais. Foi planejada para ser uma das áreas mais aconchegantes. O piso é diferente, o tom azul e o revestimento da parede de madeira tornam o ambiente mais receptivo. O projeto desenvolveu um designer totalmente diferenciado do restante da emergência. O material é o mesmo, mas o tipo de acabamento é outro.




A sala de espera é climatizada, assim como todos demais setores. Conta com sistema de sonorização com dois monitores para facilitar a comunicação entre médicos e pacientes. Neste espaço, também foram criadas duas salas de atendimentos médicos interligadas ao serviço de pronto atendimento. Além disso, somado aos já existentes, também foi criado um banheiro destinado à pessoa com deficiência.

Todos os ambientes contam com luzes de emergência e novas portas hospitalares do tipo “vai e vem”. O projeto contemplou sistema de iluminação luminotécnico, que tem a finalidade de conciliar a função de cada ambiente, refletindo na economia de energia.



Também houve melhorias nos vestiários dos funcionários, assim como a criação de um novo setor de manutenção. Já o depósito de material de limpeza (DML) segue o RDC 50, que regulamenta instalações hospitalares.




Fachada

Para quem chega à emergência do hospital, a nova fachada também é um diferencial. O projeto arquitetônico fez uma releitura ao designer da parte frontal do hospital. Possui acabamento em brise metálico, a partir de uma estratégia bioclimática. O ambiente externo é todo coberto para oferecer ao cidadão que vai aguardar na parte de fora mais conforto e segurança.

Hospital era o retrato do caos na gestão de ex-prefeito Charlinho 

A realidade que mostra hoje o hospital municipal na sua emergência e outros setores é o retrato fiel do contraste da mesma unidade de saúde anos atrás. Para se ter uma ideia, em dezembro de 2017, médicos chegaram ir à delegacia abrir registro sobre a precariedade do serviço, falta de condições de trabalho, falta de insumos básicos e salários atrasados. No mesmo dia os clínicos não apareceram no plantão pelos mesmos motivos. Na ocasião, apenas pacientes com risco de vida eram atendidos e para os demais casos o hospital ficou fechado.



Não bastasse esse absurdo, em 2018 o hospital novamente ficou fechado. Desta vez por falta de respiradores mecânicos e superlotação de pacientes em estado grave. A diretora do hospital chegou a enviar um ofício pata o Corpo de Bombeiros e para a Samu sobre o fechamento da unidade. 


A precariedade nas instalações do hospital, fizeram vereadores irem ao hospital fiscalizar e o deputado federal Alexandre Valle solicitar à Procuradoria Geral da República a investigar o que estava sendo feito com repasses parlamentares,  que chegaram a R$ 8 milhões de reais e que foram destinados ao hospital nos anos de 2016 e 2017 para aquisição de insumos hospitalares e material de consumo.





 O hospital São Francisco Xavier na gestão do ex-prefeito Carlo Busatto Júnior, o Charlinho, era classificado por muitos Itaguaienses como açougue, já que o risco à vida aumentava para quem dependesse do hospital e do sistema de saúde no município. 


Leia mais sobre esse passado nos links abaixo:



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