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sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Candidato apoiado por ex-vice-prefeito de Itaguaí é solto após prisão por peculato e organização criminosa


Clébio Lopes conhecido como "Jacaré," já teve seu nome envolvido em possíveis irregularidades na UPA de Itaguaí em 2020 e teria contato com aliado do ex-prefeito da cidade envolvido em casos de corrupção na saúde 

Em 23 de setembro de 2022

Itaguaí  - Preso na semana passada, Clébio Lopes Pereira, o Clébio Jacaré (União Brasil), candidato a deputado federal que declarou um patrimônio de R$ 5,1 milhões em espécie, conseguiu sua liberdade através de um Habeas corpus. O desembargador Paulo de Tarso Neves afirma que não existem motivos que justifiquem a prisão do empresário. Jacaré havia sido preso no âmbito da terceira fase da operação Apanthropia, realizada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro). O candidato declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um patrimônio total de R$ 15,9 milhões, sendo R$ 5,1 em dinheiro vivo. O Ministério Público ainda informou que foram apreendidos com Jacaré cerca de R$ 29 mil e US$ 3,1 mil (cerca de R$ 16 mil). 

Mesmo encarcerado Jacaré seguia em campanha intensa. Na última terça-feira (20), mesmo com o candidato ainda preso, uma mega carreata aconteceu em Bangu na Zona Oeste com mais de mil carros. Entre muitos carros de luxo, nas cores da campanha, os aliados de Jacaré já estavam confiantes de que ele seria solto. No ranking dos candidatos mais ricos no Estado do Rio, Jacaré aparece na nona posição, com um patrimônio total de R$ 15,9 milhões.

O candidato a deputado federal é acusado de peculato e de compor uma organização criminosa por assumir ilegalmente o controle da Prefeitura de Itatiaia e promover uma farra com os recursos públicos por intermédio de nomeação de funcionários fantasmas e de contratações fraudulentas.



Nos bastidores, a defesa do empresário trata a operação do Ministério Público como “perseguição política”. No pedido de habeas corpus enviado na última sexta-feira, os advogados argumentaram que os fatos não são novos e que a denúncia não tinha fundamentação.


Também foram alvo de mandados de prisão Fábio Alves Ramos, ex-chefe de gabinete do prefeito de Itatiaia; Silvano Rodrigues da Silva, vulgo "Vaninho", vereador e ex-prefeito interino de Itatiaia; Julio Cesar da Silva Santiago, vulgo "Julinho", e Édnei da Conceição Cordeiro, ex-secretária de Assistência Social e Direitos Humanos de Itatiaia. O suplente de vereador Geilson de Almeida, conhecido como "Pipia", foi preso em flagrante na mesma operação. 




Polêmicas de "Jacaré "?

Empresário, Jacaré é apontado como um dos mais atuantes lobistas do Rio, com negócios suspeitos especialmente na área da saúde. Em 2020, durante as investigações da Operação Favorito, que levaria à queda do então governador, Wilson Witzel, o nome dele apareceu como associado a dois empresários presos na ocasião por venderem máscaras ao RJ a preços superfaturados. 

Ainda conforme O Globo, entre os alvos da terceira fase da chamada "Operação Apanthropía" também estão o vereador Silvano Rodrigues da Silva, o Vaninho, que já foi prefeito interino da cidade de Itatiaia, uma ex-secretária municipal e um ex-chefe de gabinete da prefeitura.

A Justiça também afastou, a pedido do MP, cinco vereadores e um suplente das funções na Câmara Municipal, ou seja, quase metade dos 11 parlamentares que compõem o Legislativo em Itatiaia. 

No total, 15 pessoas são suspeitas de participação no esquema de corrupção, incluindo outros quatro ex-secretários municipais e um ex-procurador-geral. De acordo com o MP, o grupo é investigado por vários crimes que lesaram o erário público do município, como a nomeação de funcionários fantasmas e fraudes em contratos e licitações.
Apurações do MP constataram a existência de núcleos de corrupção na gestão anterior do Poder Executivo e no Poder Legislativo locais. A denúncia não envolve a gestão do atual da prefeitura de Itatiaia.


Jacaré e Itaguaí, campanha forte, contratos suspeitos e aliados como Aberlardinho Goulart ex-vice-prefeito da cidade 

O candidato Clébio Lopes, tem feito uma intensa campanha em Itaguaí. Diariamente é possível notar centenas de apoiadores de Jacaré pela cidade, alguns bem ilustres até. O ex-vice-prefeito Aberlardinho Goulart é um deles. Cassado por corrupção na cidade juntamente com o ex-prefeito Carlo Busatto Júnior, o Charlinho, quando foram impedidos em seus mandatos em julho de 2020, por irregularidades em contratação de empresa de coleta de lixo domiciliar e hospitalar na cidade, onde a dona do terreno que servia para guardar os veículos da empresa era a sogra do ex-vice-prefeito, ambos estão inelegíveis até julho de 2028. Abelardinho e seus adeptos, tem divulgado, organizado e participado de várias reuniões à favor de Jacaré em Itaguaí. Em seu perfil no Instagram, Abelardinho posa ao lado de Jacaré em apoio a sua candidatura a federal. 



Além de ter um forte apoio da antiga gestão municipal, Clébio Lopes também já teve seu nome ligado a possíveis irregularidades no edital licitatório da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Itaguaí. Ele que na época já era diretor da Doctor Vip, teve sua empresa subcontratada pela OS que ganhou o direito de administrar a UPA Itaguaí num contrato de R$17 milhões, a tal da "quarteitização". O detalhe é que a Organização Social vencedora entregou a documentação fora do período limite e ainda assim levou a melhor. O MP na época investigou o processo licitatório em Itaguaí, pois existiam fortes indícios de fraude e a participação de empresários presos e investigados apareciam nos contratos firmados com unidade. Fontes ouvidas pelo RJ1 na ocasião garantiam que Mário Peixoto, um dos principais líderes da prática criminosa denunciada na época e Charlinho são amigos. E que o prefeito de Itaguaí foi padrinho de casamento do empresário.

Além disso, o MP descobriu que Lopes teria ligação com Leandro Braga de Souza, um dos presos na Operação Favorito, que prendeu criminosos por lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução à investigação. 
Segundo a denúncia, para desviar dinheiro dos cofres públicos, Braga de Souza usou uma conta bancária da empresa de Clébio Lopes o "Jacaré." A operação Favorito havia descoberto que Braga e outros envolvidos, teriam desviado R$ 3,95 milhões de recursos públicos da saúde em 2020, ano que começou a Pandemia de COVID-19 no Brasil.

Clébio também é sócio numa empresa que tem contrato de quase R$ 70 milhões com a Saúde de Duque de Caxias. Em 2020, Jacaré foi citado nas investigações da Operação Favorito, associado a dois empresários presos na ocasião por venderem máscaras contra a Covid-19 ao estado a preços superfaturados. 

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

CPI entrega relatório final à PGR


Nove senadores da CPI da Pandemia entregaram há pouco o relatório final da comissão ao procurador-geral da República, Augusto Aras. O relatório foi aprovado ontem.
Documento atribui 9 crimes a Bolsonaro e pede 80 indiciamentos. Cabe à PGR avaliar medidas sobre pessoas com foro privilegiado

Brasília - Senadores da CPI da Covid entregaram nesta quarta-feira (27) ao procurador-geral da República, Augusto Aras, o relatório final aprovado pela comissão nesta terça (26). Em seguida, se dirigiram ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde entregaram o documento ao ministro Alexandre de Moraes.
A ida à PGR e ao STF representou o primeiro ato da comissão após a conclusão dos trabalhos, que duraram seis meses. Caberá à Procuradoria avaliar eventuais medidas relacionadas a autoridades com foro privilegiado.
Após o encontro, a PGR publicou em rede social uma declaração de Aras na qual o procurador-geral disse que, com o relatório em mãos, poderá "avançar" nas apurações sobre pessoas com foro.


Na noite de ontem, terça, os senadores aprovaram, por 7 votos a 4, o parecer que pede 80 indiciamentos. O relatório, de 1.288 páginas, atribui ao presidente Jair Bolsonaro nove crimes durante a pandemia.

O relatório também inclui pedidos de indiciamento de:

• ministros;

• ex-ministros;

• filhos do presidente da República;

• deputados federais;

• médicos;

• empresários;

• governador do Amazonas, Wilson Lima;

• duas empresas que firmaram contrato com o Ministério da Saúde (Precisa Medicamentos e VTCLog).

Ao todo, são 13 pessoas com foro privilegiado incluídas no relatório final da CPI. A Procuradoria terá de decidir se arquiva os pedidos de indiciamento, se instaura um inquérito ou se apresenta denúncia.


"CPI cobra 'justiça'

Ontem, antes da votação do relatório final, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), cobrou providência da PGR e que se faça "justiça".


"Não queríamos e não queremos vingança, queremos justiça. E, se alguém acha que algum procurador vai matar no peito esse relatório e dizer que isso aqui são narrativas, vai ter que dizer como foram essas narrativas. Sabe por quê? Porque esse inquérito é público, não é fictício, feito às escondidas", disse Aziz nesta terça.

"Não há como qualquer membro do Judiciário dizer que não existiu. Pode até questionar alguma coisa, mas vai ter que escrever, vai ter que negar, vai ter que botar lá a sua assinatura e dizer que não houve nada. E o bom brasileiro, aquele que jurou a Constituição, aquele que passou num concurso público, não tem o direito de engavetar. Ele tem a obrigação de continuar a investigação", acrescentou o presidente da comissão.
Aziz já havia dito que o Ministério Público terá de ser "mágico" para não pedir a punição de ninguém.

Fonte: Agência Senado e G1

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