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segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Passageiros são assaltados por criminosos dentro de vagões de trens da Supervia


Ladrões entram nos vagões, roubam passageiros e saem antes que o trem parta para a próxima estação. Geralmente criminosos estão armados e são agressivos.

G1

Rio de Janeiro - Passageiros dizem que são vítimas de constantes assaltos dentro dos vagões de trens da Supervia. Além de roubar, os criminosos são agressivos e chegam a bater nas vítimas. "O bandido entra ali e faz o que quer. Os caras são muito violentos e eles andam tudo armado. A pessoa reagir? A pessoa é morta", contou um passageiro.

Outra pessoa que não quis se identificar diz foi assaltada dentro de um trem. "Entraram dois armados, um com a pistola segurando a porta e o outro já entrou apontando a pistola para a cabeça de um rapaz que estava do meu lado, para a barriga da senhora que estava do lado dele", contou o passageiro.

Segundo os passageiros, as ações são rápidas e os ladrões vão embora antes de o trem partir para a próxima estação. E os passageiros seguem no mesmo trem numa viagem que começou de forma assustadora.

"Tu se sente impotente. As estações são muito desertas à noite. Tem iluminação, mas é uma iluminação ineficiente. Vez ou outra você vê algum fiscal, você vê algum segurança da Supervia. Nessa, por exemplo, no dia não tinha nada", diz outro passageiro.


"Foram cinco bandidos que entraram na estação de São Cristóvão. Eles ficaram dois em um vagão e dois no outro e passaram recolhendo os pertences de todo mundo. São muito agressivos", conta um passageiro.

A insegurança é companheira de viagem. E o maior temor dos passageiros é que a ação dos criminosos vá além do roubo.

"Ele puxou meu celular. Eu vi que ele estava armado, ele estava apontando a arma para mim. E aí, eu me assustei. Eu me levantei e ele me deu uma coronhada. Foi uma situação muito aterrorizante para mim", contou um passageiro.

A manicure Elen Rodrigues Costa anda de trem todos os dias e já passou por situações de violência durante a viagem. A única garantia de segurança para a filha recém-nascida é o colo da mãe.

"É uma sensação horrível. Porque é o lugar onde a gente deveria se sentir seguro, que é praticamente o único meio de transporte que a gente tem. Era para a gente se sentir seguro e a gente não se sente", disse Elen.

A insegurança é tanta que alguns passageiros ressaltam que nem os bens da concessionária estão a salvo. "Essa coisa do furto de cabos, do roubo de cabos, no ramal de Japeri. Tu pensa: se eles não conseguem nem proteger o bem que é deles, patrimônio deles. não sei se por ineficiência, a gente fica pensando, que dirá o passageiro", disse um passageiro.

Força-tarefa

Os constantes roubos de cabos e grampos de ferro dos trilho e demais equipamentos da Supervia fez com que o governo do estado criasse, no início deste mês, uma força-tarefa, com uso de drones e helicópteros, para monitorar a linha férrea.

A ação dos criminosos atrapalham a operação do transporte e coloca a vida dos passageiros e maquinistas em risco.

A Supervia tem 137 funcionários que atuam na segurança, o que dá um funcionário por estação. E um policial militar para patrulhar uma estação e meia, a cada e cerca de quatro quilômetros de linha férrea. Em seis meses deste ano foram:

862 viagens suspensas
2 milhões de passageiros prejudicados
364 registros de furtos de cabos
mais de R$ 1 milhão gasto com a compra de material para substituição dos equipamentos

Em nota, a Supervia disse que de acordo com o contrato de concessão, a segurança pública nos trens e estações e ao longo da via férrea é uma atribuição do governo do estado, que atua por meio dos seus órgãos policiais. É importante lembrar que o trem passa por 270 quilômetros e por muitas comunidades conflagradas, com grupos criminosos disputando o controle da área, portando armamento pesado.

O que dizem os citados

A SuperVia recomenda que os passageiros informem ocorrências como essas aos agentes de controle das estações, que acionam o Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer) da Polícia Militar. Durante as investigações, a empresa contribui com informações e imagens que possam auxiliar o trabalho das polícias através do Disque Denúncia (2253-1177).

A Polícia Militar disse que o GPFer atua nas estações e também nas áreas externas. E pede que as pessoas façam o registro dos roubos nas delegacias mais próximas. Esses dados serão avaliados para orientar o policiamento.

A assessoria da Polícia Militar informou que o número de prisões do GPFer aumentou em 130%, mas não informou o período em que isso ocorreu.

Fonte : G1 e Bom dia Rio