sábado, 5 de julho de 2025

Câmara de Itaguaí abre processo de cassação contra prefeito duas semanas após posse



Doutor Rubão (Podemos) é alvo de uma CPI na Câmara de Itaguaí que apura suposto desvio de R$ 60 milhões em contratos de limpeza urbana. Crise também envolve o presidente do legislativo, que foi prefeito interino por meses, após a Justiça Eleitoral suspender a candidatura de Rubão. Atual prefeito fala que manobra da Câmara é política e que contrato já estava em vigor antes de sua atual gestão, tendo sido aprovado pelo Tribunal de Contas.


Itaguaí  - Menos de três semanas após reassumir a Prefeitura de Itaguaí, o prefeito Rubem Vieira, conhecido como Doutor Rubão (Podemos), já enfrenta um processo que pode levar à cassação do seu mandato. Isso porque a Câmara de Vereadores instaurou uma Comissão Especial Parlamentar (CEP), para apurar denúncias de irregularidades em contratos da prefeitura. A decisão foi anunciada na sessão legislativa de quinta-feira (3), após a apresentação de uma denúncia feita por Sueli Pereira da Costa. Ela disse já ter feito tal denúncia no Ministério Público que rejeitou por falta de materialidade (provas).

Sueli é ex-funcionária da prefeitura e já obteve várias nomeações e exonerações entre vários governos, sendo conhecida nas redes sociais por postagens polêmicas sobre política.

Segundo o documento protocolado na Câmara, a Prefeitura de Itaguaí teria realizado pagamentos milionários a uma empresa contratada sem que os serviços fossem efetivamente prestados. A denúncia menciona especificamente a limpeza e o desassoreamento de córregos, valas e canais.

“É uma calamidade. Estamos falando de um rombo de R$ 60 milhões. O requerimento é de minha autoria e teve apoio unânime dos vereadores presentes”, afirmou o presidente da Câmara, o vereador Haroldinho.

Prefeito nega e fala em “golpe"

Em resposta ao processo de investigação, o prefeito Rubão negou qualquer irregularidade e afirmou que o contrato citado já estava em vigor antes de sua gestão atual.

"Esse contrato já foi aditivado várias vezes, está no décimo aditivo. Foi feito por pregão eletrônico, com menor preço, aprovado pelo Tribunal de Contas. Não há investigação ou superfaturamento. Isso é uma questão política”, disse Rubão.

O prefeito também classificou a instauração da CPI como uma tentativa de golpe.

"É uma forma de tomar o poder a qualquer custo. O presidente da Câmara não quis disputar a eleição porque sabia que perderia. Agora tenta voltar ao cargo por meio de manobras políticas", declarou.





Histórico de instabilidade

Haroldinho foi prefeito interino de Itaguaí durante quase todo o primeiro semestre de 2025, após a Justiça Eleitoral suspender a candidatura de Rubão por entender que ele estaria assumindo um terceiro mandato consecutivo — o que é proibido pela Constituição.

No entanto, uma decisão provisória do ministro Dias Toffoli, do STF, determinou o retorno de Rubão ao cargo em junho.

A posse foi marcada por dificuldades. A Câmara alegou falta de energia e liberou os funcionários, forçando o prefeito a ser diplomado no cartório eleitoral da cidade.

Caso o processo de cassação avance e o mandato de Rubão seja revogado, quem assume a prefeitura é o vice-prefeito Fernando Júnior (Republicanos), conhecido como Júnior do Sítio. Ele seria o terceiro prefeito da cidade em 2025.

Haroldinho nega que haja golpe e afirma que a denúncia é contra o prefeito, não contra a chapa.

"Se houver cassação, quem assume é o vice. Não há benefício direto a nenhum vereador. A Câmara está apenas cumprindo seu papel de fiscalização", disse Haroldinho.

Haroldinho só voltaria à cadeira de prefeito de forma interina, se caso haja a cassação de Dr Rubão, o vice renunciasse ao posto de prefeito. Ainda assim caberia à justiça novas determinações após tanto imbróglio político na cidade.

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