quarta-feira, 5 de março de 2025

Defesa nega que advogada tenha mordido alguém em camarote da Sapucaí

Segundo informações da defesa de Danielle Buenaga, ela foi vítima de ação truculenta por agentes da guarda municipal do Rio, que supostamente teriam criado um "factoíde" para tentar "mascarar" erros graves de abordagem,  após ela não conseguir regresso ao camarote do evento 


Rio de Janeiro - A defesa da advogada Danielle Buenaga, acusada de ter mordido várias pessoas num camarote do setor 5 da Marquês de Sapucaí no Rio de Janeiro, na noite da última terça-feira (04), relata que ela além de não mordido ninguém no local, foi alvo de ações truculentas por parte dos agentes municipais que se envolveram no caso.

Segundo seu advogado, Carlos André Franco M. Viana, a abordagem realizada pelos agentes foi “truculenta e sem respeito a quaisquer protocolos”. Em nota, a defesa alega que o imbróglio ocorreu, porque Danielle após ter saído por alguns instantes do camarote, tentou regressar e não teve êxito. Segundo a versão da defesa, o sistema de bilhetagem apresentou erro sistêmico, não sendo possível realizar o reconhecimento facial anteriormente cadastrado negando o acesso, mesmo ela estando com Camisa Oficial do local.

A nota, diz estranhar não ter uma vítima sequer que tenha mencionado ter sido mordida por Danielle e que a guarnição por ser do Grupamento “Maria da Penha”, cuja função precípua é acolher a mulher vítima de violência e não revitimá-la, não tinha câmeras corporais que registrassem suas respectivas ações.

Ontem, Danielle foi acusada de ter mordido várias pessoas no camarote. De acordo com a Guarda Municipal, ela resistiu à abordagem, tentou morder os guardas e apresentava sinais de embriaguez. Ela responde por lesão corporal, resistência e desacato. A advogada foi levada para a 6ª DP (Cidade Nova), na região da Marquês de Sapucaí.


De acordo com a Polícia Civil, Danielle Buenaga de Azevedo foi presa em flagrante pelos crimes de lesão corporal, resistência e desacato. Ela passou por audiência de custódia e vai responder em liberdade.

Confira na íntegra a nota da defesa 

"NOTA À IMPRENSA

Diante da massiva divulgação de notícias que informam que foliã teria “mordido”
frequentadores em um camarote na Sapucaí, prezamos pela parcimônia e confiamos que haja uma investigação séria e eficiente das forças policiais para que todos os fatos possam ser devidamente esclarecidos.

Os fatos noticiados não são verdadeiros. A acusada foi vítima de uma abordagem
truculenta e sem respeito a quaisquer protocolos. É uma mulher guerreira, mãe e filha, advogada com uma carreira invejável com muita dedicação aos seus clientes que, neste exato momento
encontra-se no hospital recebendo cuidados médicos, já que esse direito lhe foi negado, passando inclusive por procedimento de tomografia diante das graves lesões que sofreu.

Já apuramos que o imbróglio ocorreu quando da tentativa de reentrada ao Camarote, onde o sistema de bilhetagem apresentou erro sistêmico, não sendo possível realizar o reconhecimento
facial anteriormente cadastrado negando o acesso, mesmo estando com Camisa Oficial.

Diante da reiterada negativa de acesso, uma equipe da guarda municipal que passava pelo local, invés de dirimir o impasse, agiu de forma extremamente arbitrária, decidindo retirá-la do
local sem qualquer justo motivo, aplicando um golpe desproporcional conhecido como “mata-leao”, além do uso indiscriminado de algemas, como divulgado em diversas fotografias. Nos chama atenção o fato da respectiva guarnição ser do Grupamento “Maria da Penha”, cuja função precípua é acolher a mulher vítima de violência e não revitimá-la, além de não possuir cameras corporais que registrassem suas respectivas ações.

Foi negada à vítima o contato com sua Defesa Técnica, acesso imediato a atendimento médico para cuidar das agressões sofridas durante a abordagem, além de não ter sido encaminhada para sala de acolhimento para atendimento psicossocial.

Não houve a identificação de supostas vítimas, clientes do citado camarote que teriam sido mordidos pela acusada. Conclui-se que houve a criação de um factoide para esconder as diversas ilegalidades perpetradas a uma mulher vítima de violência sem que houvesse o
devido acolhimento institucional, tanto é que após submissão dos fatos à Juíza plantonista a acusada foi posta, imediatamente, em liberdade.

Esperamos, que todos os fatos sejam devidamente investigados, com as respectivas responsabilizações e, por fim, que haja a devida absolvição das condutas que sequer cometeu.

Rio de Janeiro, 05 de março de 2025;
Carlos André Franco M. Viana
OAB/RJ nº 166.542"


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