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sábado, 22 de março de 2025

Na disputa entre evangélicos por jovens fiéis, vale até festa com open bar

As táticas que miram os estratos mais baixos da pirâmide etária abrangem ainda um exército de influencers

Fé com balada - No dia 22 de fevereiro, a igreja Casa promoveu o evento "Sunset Casa", em Goiânia. Descrito como um "final de tarde inesquecível de música, alegria e muita comunhão", a programação incluiu DJ, lounge, open bar de drinks não alcoólicos e open food, com ingressos comercializados ao público. A divulgação enfatizou que não haveria bebida alcoólica.

Não é a primeira vez que a igreja Casa se torna motivo de polêmica por causa de suas programações visando atrair os jovens. Anteriormente, já havia realizado eventos temáticos, como os cultos "Vem, Novinha", "Tinder, o Culto" e "Open Bar, o Culto", que também geraram discussões sobre os limites entre evangelização e entretenimento, além de muitos memes.

Fundada em 2017 por Davi Passamani e Giovanna Lovaglio, a igreja cresceu rapidamente, passando de 63 participantes no primeiro culto para uma média de 1.200 pessoas por celebração em 2022. A congregação investe em projetos voltados para jovens e crianças, como o Casa Share e a banda Casa Worship, que alcançou destaque no cenário gospel com músicas em estilo pop rock.

Hoje, a pastora Giovanna é divorciada de Passamani que não exerce mais nenhuma função na igreja. Giovanna, por meio de um dos líderes de louvor da igreja, disse que não iria se manifestar sobre as críticas relacionadas ao evento.

A realização do "Sunset Casa" gerou grande repercussão nas redes sociais, dominada por críticas e ironias em relação à proposta do evento. Para muitos usuários, a igreja teria ultrapassado os limites do aceitável ao adotar um formato que, segundo eles, se assemelha mais a uma balada do que a um encontro de fé.

"Daí pro inferno é 5 reais de Uber", escreveu um jovem em tom sarcástico. "Isso é uma boate, passa muito longe de um lugar para louvar e adorar a Deus", criticou uma mulher, expressando indignação com o evento. Outro usuário ironizou a proposta e afirmou: "Estavam todos presentes, menos ele", insinuando que Jesus não estaria em um ambiente como aquele.

Também houve quem destacasse o caráter festivo do encontro. "Tá melhor que as baladas da minha cidade", comentou uma seguidora, reforçando a ideia de que o evento se aproximava mais do entretenimento do que de uma prática religiosa. "Tá igualzinho às raves mundana, misericórdia", comparou outro jovem, evidenciando sua reprovação à proposta da igreja.

Por outro lado, membros da congregação e seus líderes defenderam a iniciativa, argumentando que a estratégia busca alcançar públicos que dificilmente se sentiriam atraídos por um culto tradicional. "Melhor evento que participei nos últimos tempos! Como é bom ser Casa", declarou Fernando Henrique, frequentador da igreja e entusiasta do evento. A pastora e fundadora da igreja, Giovanna Lovaglio, também celebrou a realização: "Especial demais".


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