segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Mesquita e Japeri adiam início das aulas municipais;confira calendário da Baixada Fluminense


Por causa do aumento de casos da Covid-19, a prefeitura de Mesquita, na Baixada Fluminense, decidiu adiar o início do ano letivo em um mês. As aulas que estavam previstas para começarem no dia 7 de fevereiro, vão retornar apenas no dia 7 de março. Outra prefeitura que adiou o início das aulas foi a de Japeri. Inicialmente previstas para retornarem nesta quinta-feira, dia 03, as aulas foram adiadas para a próxima segunda-feira, dia 07.

Segundo a subsecretária executiva de educação de Mesquita, Monique Rosa de Castro, o adiamento vai possibilitar aumentar a cobertura vacinal infantil para a volta às aulas.

— Com o avanço da vacinação, conseguimos com esse um mês, que as crianças atinjam um maior percentual de vacinação. Com isso, temos uma segurança maior em relação às precauções da Covid-19 e possibilitando a vacinação o máximo possível — diz.

De acordo com a subsecretária, o adiamento não vai prejudicar a carga horária mínima prevista no calendário letivo, mas vai modificar o recesso do meio do ano.

— Nós já vínhamos pensando em um calendário flexível. A mudança mais visível foi o recesso em julho, quando seriam duas semanas de recesso, nós puxamos uma semana para fevereiro. Então, em julho, ao invés de 15 dias de recesso, vai ter uma semana só — explica.

A cidade de Mesquita tem 5.300 crianças entre 5 a 11 anos matriculadas nas escolas da rede municipal. Entre os dias 18 e 28 de janeiro, 1.549 crianças compareçam aos pontos de vacinação para se imunizar com a primeira dose contra a Covid-19.

Nesta terça-feira, o calendário de vacinação da cidade é para crianças de 5 a 11 anos, em geral. A vacinação infantil acontece exclusivamente na Vila Olímpica Municipal, no Cosmorama, e no Centro de Vigilância em Saúde Paraná, no centro. Há distribuição de senhas das 8h às 16h. As crianças devem estar acompanhadas dos pais ou responsáveis legais com CPF ou cartão do SUS e comprovante de residência. Crianças com comorbidades devem apresentar laudo médico

Em Japeri, a prefeitura argumentou que o adiamento do ano letivo foi motivado pelo aumento de casos de Covid-19 e o adiamento das matrículas de 2022. Na cidade, onde a expectativa é vacinar 10 mil crianças, até agora apenas mil tomaram a vacina.

No calendário de vacinação infantil de Japeri, crianças de 6 a 11 anos podem se vacinar em sete postos de saúde, de segunda a sexta, das 9h às 15h. Crianças de 5 anos ou imunossuprimidas devem procurar a Unidade Mista de Engenheiro Pedreira. As crianças devem estar acompanhadas dos pais, ou apresentar termo de autorização em caso de ausência do pai ou da mãe, documento de identificação com foto, cartão do SUS ou CPF, caderneta de vacinação e comprovante de residência. Em caso de imunossupressão, apresentar laudo.

Confira as datas do início do ano letivo em outras cidades da Baixada Fluminense:

Duque de Caxias: 07/02

Belford Roxo: 07/02

Nilópolis: 07/02

Nova Iguaçu: 07/02

São João de Meriti: 07/02

Japeri: Previstas inicialmente para o dia 03, foram adiadas para o dia 07/02

Queimados: 07/02

Itaguaí:  07/02

Magé: 09/02

Paracambi: Prefeitura não respondeu

Guapimirim: Prefeitura não respondeu

Seropédica: Prefeitura não respondeu

Fonte: Jornal Extra

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Polícia Federal prende duas pessoas em Mangaratiba por maus-tratos às girafas


Quinze animais foram apreendidos na ação

Mangaratiba  - A Polícia Federal apreendeu ontem, quarta (26) quinze girafas e prendeu dois homens por maus tratos aos animais no Portobello Resort & Safari, em Mangaratiba, na Costa Verde. A ação foi feita no âmbito de inquérito policial instaurado pela Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (Delemaph) e acompanhada por analistas ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para verificar informações acerca da morte de três espécimes, de um conjunto original de 18 girafas importadas da África do Sul.

Os policiais federais e os analistas ambientais constataram a situação de maus-tratos dos animais e, diante disso, dois homens, responsáveis pela manutenção dos cativeiros, foram presos. As girafas foram apreendidas. O Ibama ficará responsável pela supervisão e adotará todas as providências necessárias para resguardar a integridade das girafas.

Os presos foram conduzidos à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, onde foram autuados e liberados duas horas depois. A investigação prosseguirá com o objetivo de apurar as circunstâncias e a legalidade da importação dos animais, bem como as condições de manutenção e cuidado das girafas.


Defesa

No dia 14 de dezembro de 2021, seis girafas derrubaram a cerca de proteção e fugiram. Em seguida, elas foram recapturadas e três delas morreram. Em nota, o BioParque do Rio, responsável pelo resort safari, informou que durante as operações de manejo, um grupo de girafas escapou de uma área de contenção e, após o retorno às baias, os animais não resistiram.

As girafas são bastante sensíveis e, por isso, determinadas situações podem levar ao desequilíbrio orgânico do animal. O BioParque do Rio “reitera a responsabilidade com o manejo de fauna, com os projetos de longo prazo de restauração da natureza e afirma não haver maus tratos como tentam sugerir em denúncias infundadas.”
A nota informa que o resort trabalha com muita seriedade no tripé da pesquisa, conservação e educação e com muita responsabilidade e cuidado no manejo da fauna, inclusive com um projeto de longo prazo para um programa dedicado à conservação integrada de girafas.

“O grupo de 18 girafas veio de um local autorizado para manejo sustentável e desenvolvimento comunitário com essas espécies na África do Sul. A instituição foi devidamente aprovada pelos órgãos competentes brasileiros e sul-africanos”, diz a nota em outro trecho.

O documento diz ainda que “ assumimos o compromisso de sermos os coordenadores no Brasil do Grupo de Trabalho para os esforços de conservação da girafa pela Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB). Neste papel, o BioParque do Rio liderará as pesquisas e projetos de conservação da espécie no país, com foco principal no desenvolvimento de técnicas utilizando a genética e a tecnologia da reprodução para o aumento da espécie”.
O manejo de espécies é uma importante ferramenta complementar de conservação da biodiversidade e a ela foi dedicado o artigo 9º da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), assinado pelo Brasil em 1992.

Com revista Veja.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Câmara aprova pagamento dos díssidios em atraso para os servidores de Seropédica


Aumento de 20% corresponde aos díssidios de 2017,2018,2019 e 2021

A Câmara Municipal de Seropédica em sessão extraoridnária realizada ontem dia 25 de janeiro, aprovou por unanimidade o aumento de 20% no salário dos profissionais da Rede Municipal de Ensino. O projeto de Lei de autoria do Prefeito Professor Lucas Dutra e ratificado pela Câmara Municipal, corresponde aos díssidios, que são repasses inflacionários de 2017, 2018, 2019 que estavam em atraso, mais o díssidio de 2021. Ano passado, o atual governo já havia dado o reajuste correspondente ao ano de 2020.



 Com os pagamentos dos díssidios em atraso e o de 2021, os servidores passarão a ter um percentual inflacionário de 25,45%. Já que o IPCA dos anos de reajustes congelados pelo ex-prefeito Anabal Barbosa eram de:


2019 4,31%
2018 3,75 %
2017 2,95 %

 Em 2021, o IPCA foi um 10,06% e de 2020 ficou em 4,52%, mas em Seropédica foi dado um percentual maior referente a 2020, que foi 5,45%.

Prefeitura de Itaguaí começa a entregar notebooks aos professores

Docentes terão equipamentos para utilizarem nas unidades de ensino da cidade




A Prefeitura de Itaguaí realizou, na última terça-feira (25/01), no Teatro Municipal, a primeira reunião de 2022 com os dirigentes escolares. O encontro contou com a presença do prefeito Rubem Vieira do Podemos, que alinhou com os gestores o retorno às aulas, as novas matrículas, a entrega de documentos e o quadro de horários de 2022.


Na ocasião, o prefeito também comentou sobre o início da entrega dos notebooks para os professores da rede municipal de ensino. A distribuição de computadores é uma forma de enfrentar um dos maiores desafios da pandemia: o ensino a distância.

– Compramos equipamentos de última geração. É uma contribuição para ajudar o nosso servidor a desempenhar melhor suas funções em prol dos nossos alunos. O Estado deu uma abono para os professores comprarem. Em Itaguaí, nós estamos entregando esse equipamento – enfatiza o prefeito.

O encontro, que contou com a presença do presidente da Câmara Municipal, vereador Gil Torres (PSL), também serviu para esclarecer dúvidas sobre como seria feito o processo de sanitização de prevenção à Covid-19 nas unidades escolares.


Na última semana, alguns notebooks foram recuperados por policiais do Proeis, após um carro ter sido interceptado na Ary Parreiras com o material roubado. A polícia está investigando o caso. 

Ministério da Saúde retira de nota técnica tabela que defendeu hidroxicloroquina e questionou vacinação


Documento que rejeita protocolo contrário ao uso do tratamento precoce foi republicado após críticas da comunidade científica



Brasília  - O Ministério da Saúde publicou uma nova nota técnica nesta quarta-feira (26) para retirar o controverso trecho que dizia que a eficácia e a segurança das vacinas contra covid-19 eram menores do que as de medicamentos como a hidroxicloroquina. A tabela que comparava os dois métodos para controle da doença foi removida do documento, divulgado no fim de semana

A primeira versão contrariava a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a comunidade científica mundial — a vacinação contra o coronavírus é reconhecida internacionalmente como a forma mais segura de prevenção a doenças. Medicamentos do chamado tratamento precoce não são reconhecidos pela OMS e não são aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratamento da covid.
No novo texto, porém, o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da pasta, Hélio Angotti Neto, segue rejeitando os protocolos aprovados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema Único de Saúde (Conitec), que contraindicam o uso de medicamentos como a hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com covid.




STF havia dado cinco dias para que ministro da Saúde e secretário explicassem nota com informações falsas

A ministra Rosa Weber deu cinco dias a contar da data de hoje, para que o secretário do ministério da Saúde, Hélio Angotti, e o ministro Marcelo Queiroga prestem informações sobre a nota técnica assinada na semana passada pela Pasta. No documento, Angotti cita que as vacinas não são eficazes contra a Covid-19 e defende o uso da hidroxicloroquina, que é um remédio comprovadamente ineficaz contra a doença.

Pelo menos 5 municípios no Estado estavam cobrando termo de consentimento para pais vacinarem os filhos contra a Covid-19


Exigência vai contra as recomendações do Ministério da Saúde, da Anvisa e da OMS. E preencher um termo de consentimento, nada mais é do que autorizar ou não a vacinação do menor

Araruama, Itaguaí, Mangaratiba, Nilópolis e Japeri estavam cobrando a assinatura de  termo de responsabilidade para pais e responsáveis vacinarem crianças de 5 a 11 anos contra Covid-19. 

A exigência está em desacordo com o que determina a Anvisa, o Ministério da Saúde e vai contra a recomendação da Organização Mundial da Saúde. 

Após toda polêmica houve um recuo dessa cobrança em alguns municípios.

É o caso de Nilópolis, onde a empregada doméstica Solange Alves da Silva foi vacinar uma neta na terça-feira (25) e outra na quarta (26). De um dia pro outro, a situação mudou.

"Assinei ontem pra minha outra neta, hoje não precisou. Eu não achei normal, mas tinha que assinar, eu assinei (ontem). Hoje, não pediram nada", relatou.

A Prefeitura disse, em nota, que o documento era apenas para garantir que a criança estivesse acompanhada de pais ou responsáveis e que aboliu o termo.

Em Japeri, a exigência continua. "Para garantir a vacinação, as crianças precisam estar acompanhadas do responsável e apresentar uma autorização assinada pelo mesmo", diz o site da administração municipal.

A medida tem sido criticada por moradores. "Isso só atrapalha e aglomera mais gente num posto de saúde que já está lotado", escreveu um.

Em Araruama, a cobrança continua. A Prefeitura informou que está exigindo o termo para a Secretaria de Saúde ter maior controle e para que, futuramente, o responsável não acuse a secretaria de ter dado a vacina sem autorização. Mas disse que a vacina pode ser aplicada sem a assinatura.

Em Mangaratiba, a burocracia é ainda maior. Os pais também precisam realizar o agendamento, além de assinar o termo de autorização. A Prefeitura disse que anulou o pedido.

Em Itaguaí, uma mãe diz que foi pressionada a desistir e que a agente de saúde sinalizou que era contra a vacinação infantil.

"Vacinei minha filha semana passada. Contrariada, assinei o bendito termo. Depois fui levada para uma sala com mais 3 pais com seus filhos, onde -- a portas fechadas -- a agente de saúde leu trocentas reações adversas que poderiam acontecer."

Ainda de acordo com o relato da mãe, a funcionária sinalizou ainda que era contra a vacinação infantil.

A cereja do bolo foi quando uma mãe perguntou se ela vacinaria o filho dela e ela deixou implícito que não vacinaria o filho. Foi horrível, um terrorismo. Minha filha tomou a vacina e não teve reação nenhuma. Está linda e feliz por ter tomado a vacina".

A Prefeitura de Itaguaí alega que só cobra o termo de responsabilidade quando a criança está sem os pais ou o responsável. Ainda, disse que enviou um comunicado a todas as unidades de saúde proibindo qualquer necessidade de autorização para a vacinação dos menores. 

A cobrança da autorização só é necessária de fato, quando o menor não está acompanhado de seu representante legal. Essa é a recomendação do Ministério da Saúde e da Anvisa no Brasil.

As Defensorias Públicas da União e do Estado recomendaram conjuntamente o fim da exigência. Notificaram essas prefeituras e vão fiscalizar as ações nessas cidades. 

Com G1

Opinião Blog Boca no Trombone Itaguaí  - É um retrocesso, uma covardia e uma ideologia negacionista inadmissível, dificultar ou ser contrário a vacinação contra a Covid-19 de qualquer pessoa. Ainda mais de crianças. Vivemos num período triste de nossa história, vendo parentes e amigos perderem a batalha na luta contra essa pandemia e termos pessoas que tentam direta e indiretamente ajudar a aumentar essa mortalidade é além de falta de humanidade uma inépcia sem precedentes. Infelizmente, nosso País combate dois vírus atualmente, o da Covid-19 e o vírus do ódio, da morte e da dor que acompanha algumas pessoas numa ideologia asquerosa movida por um político com as mesmas características lá do Planalto Central. Vacina salva, vacina é a nossa arma contra a Covid-19! Quem é contra a ela, é contra a vida!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Club Med oferece diversas vagas no Centro de Oportunidades em Itaguaí


Oportunidades de emprego -  São vagas em contratos temporários. 


Itaguaí  - O Club Med oferece diversas vagas no Centro de Oportunidades em Itaguaí. São vagas em contratos temporários. 

Para se candidatar é simples e fácil: basta os candidatos participarem do processo seletivo. Enquanto isso, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável segue buscando novas vagas para o trabalhador itaguaiense.

Veja as funções: 

- Auxiliar administrativo 
- Salva vidas 
- Massoterapeuta 
- Arrumadeira 
- Barman 
- Garçom 
- Garçonete 
- Auxiliar de serviços gerais 
- Ajudante de cozinha 
- Ajudante de copa
- Técnico em enfermagem

Fonte : Prefeitura de Itaguaí

BlackRock diz que não vai mais investir nenhum centavo no Brasil enquanto Bolsonaro for presidente


A BlackRock é dos maiores fundos de investimentos do mundo e com sede nos Estados Unidos. Em meados do último ano, a BlackRock já estaria se aproximando dos US$10 trilhões, 
seis vezes mais do que o PIB registrado pelo país, no ano passado. 


Brasil - Um dos mais importantes fundos de investimentos do planeta decidiu não investir nenhum centavo no Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro. Dominik Rohe, head da América Latina da BlackRock, disse em conversa com empresários brasileiros que o fundo só irá retomar os investimentos em nosso país após a chegada de um novo governo.

Em sua justificativa, Dominik citou o negacionismo que já é comum do atual presidente, em meio a um cenário de juros e inflação em alta e também falou sobre o que considerou como excesso de promessas, sem qualquer tipo de retorno, vindas de Paulo Guedes, o ministro da Economia. Ele afirmou que Guedes promete muito e cumpre pouco e que não acredita no andamento de nenhum projeto sequer do ministro em 2022.

No relato, ainda foi dito que o fundo, caso desejasse, poderia dobrar sua presença no Brasil de forma rápida. Em meados do último ano, BlackRock já estaria se aproximando dos US$10 trilhões sob sua gestão, segundo o jornal The Wall Street Journal. Este valor  fica em torno de seis vezes mais do que o PIB que deve ter sido registrado pelo país, no ano passado. 



Após a nota ser publicada, a BlackRock enviou um posicionamento ao portal Radar Econômico. 

Confira o que foi dito:

“A BlackRock é uma gestora de ativos global e diversificada. Somos investidores de longo prazo. Estamos no Brasil desde 2008 e já investimos no país muito antes disso. Seria antitético no nosso papel como fiduciário excluir oportunidades de investimento em uma das maiores economias do mundo das opções que oferecemos a nossos clientes. De fato, só contando iShares, administramos o maior fundo de ações no Brasil, o BOVA11, maior fundo de ações que investe em empresas brasileiras, o EWZ”. 

O governo Bolsonaro termina no fim deste ano e a próxima eleição promete uma nova disputa polarizada em todo o país.

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

#Verificamos: É falso que novo presidente do Chile foi encontrado ‘bêbado e drogado’ em parque


Vídeo mostra presidente eleito do Chile hostilizado por ter apoiado nova Constituição em 2019. Assista o vídeo real. Gravação foi editada e circula fora de contexto no Instagram e no TikTok; nas imagens, Gabriel Boric aparece molhado depois que manifestantes atiram líquidos contra ele. 
Não é a primeira vez que o candidato representante da esquerda no Chile é alvo de informações falsas. Em 2021, foi desmentido um outro vídeo que circulou nas redes sociais com a falsa informação que manifestantes seminuas comemoravam a vitória de Boric em um monumento a céu aberto no Chile. Já no dia 3 de janeiro, outro falso vídeo foi desmentido. Nele uma peça de desinformação afirmava que o recém eleito presidente segurava uma imagem que seria Jesus como travesti.




Chile - Circula fora de contexto nas redes sociais um vídeo em que o presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, é hostilizado por um grupo de pessoas em um parque de Santiago. Ele aparece com o cabelo e a camisa molhados. A gravação foi feita em 2019, quando o chileno era deputado e foi atacado por ter assinado um acordo por uma nova Constituição, sem apoio de seu partido.

Postagens recentes no Instagram e TikTok compartilham apenas um trecho do vídeo original, com a alegação de que Boric estaria sob efeito de drogas – mas não há provas disso. A gravação foi editada para omitir a parte em que manifestantes atiram líquidos contra o deputado, deixando-o encharcado. A assessoria de Boric afirmou ao Estadão Verifica que os posts são falsos.

O ataque a Boric ocorreu em dezembro de 2019 e foi registrado em vários meios de comunicação chilenos. Nas imagens, o deputado está sentado em um banco de praça; ele usa um boné azul e  conversa com uma mulher. Manifestantes o interpelam pelas costas, gritando ofensas. Eles jogam o chapéu no chão e atiram líquidos e uma lata contra ele. Boric não responde às agressões, até que eventualmente o grupo o expulsa do parque.





Vídeo verdadeiro e completo de 2019


O vídeo não mostra em nenhum momento Boric consumindo drogas, e não encontramos nenhuma notícia da época que relacione a agressão a isso. Nas postagens mais recentes, a gravação foi editada para mostrar apenas o trecho em que o presidente eleito aparece já com a camisa e o cabelo molhados. 

jornal chileno La Tercera informou que a agressão ocorreu no dia 20 de dezembro de 2019. Naquela época, Boric era deputado e assinou um acordo que abriria caminho uma nova Constituição para o Chile, aprovada em 2020. Isso fez com que seu partido, Convergência Social, decidisse suspender sua militância. Na tarde da agressão, um grupo de jovens o chamou de “traidor” e “vendido”. 


Segundo a CNN chilena, Boric também era criticado por ter votado a favor de uma lei que foi usada para reprimir as manifestações que ocorriam no país naquela época – posteriormente, ele se arrependeu do posicionamento. Os protestos no Chile foram convocados inicialmente contra o aumento do preço de passagens de transporte público, mas eventualmente tiveram a pauta ampliada para incluir questões como saúde, educação, moradia e aposentadorias. Foram registrados vários episódios de violência durante as manifestações.

canal de TV T13 informou que vários parlamentares repudiaram o ataque a Boric. Depois do episódio, ele escreveu no Twitter: “Que o medo nunca vença a esperança. Que a violência nunca intimide a convicção. Seguimos”.


Em nota enviada à AFP do Chile em 12 de janeiro de 2022, a equipe do presidente eleito afirmou: “Foi um ataque que o candidato recebeu em meio à convulsão social, onde se observa a humildade de Gabriel Boric. Como equipe acreditamos ser fundamental verificar os fatos, mas também os contextos e assim não contribuir para a divulgação de informações falsas”.

A AFP mostrou que Boric foi relacionado ao consumo de drogas em outras ocasiões, inclusive pelo seu opositor durante a campanha presidencial, José Antonio Kast. Em um debate televisionado em 13 de dezembro de 2021, Kast defende que os dois candidatos se submetam a um teste de drogas. Boric então mostra um resultado negativo e afirma: “não sou consumidor de drogas”. O presidente eleito publicou o exame em suas redes sociais. 



Publicação do presidente do Chile sobre o ocorrido clique aqui


Além da AFP, o jornal peruano La Republica publicou uma checagem semelhante.


Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Informações falsas contra políticos de esquerda ja ocorreram outras vezes

Não é a primeira vez que o candidato representante da esquerda no Chile é alvo de informações falsas. Em 2021, a Lupa desmentiu um outro vídeo que circulou nas redes sociais com a falsa informação que manifestantes seminuas comemoravam a vitória de Boric em um monumento a céu aberto no Chile. Já no dia 3 de janeiro, a Lupa desmentiu uma peça de desinformação que afirmava que o recém eleito presidente segurava uma imagem que seria Jesus como travesti.


Essa informação também foi verificada por Boatos.org.

'Delírios negacionistas', diz juíza ao negar prisão de William Bonner


Magistrada de Taguatinga, no Distrito Federal, reafirmou a liberdade de informação como dever da imprensa e direito do cidadão

Ao arquivar a representação que pedia a prisão do jornalista William Bonner, editor-chefe do Jornal Nacional, a juíza Gláucia Falsarella Pereira Foley, do Juizado Especial Criminal de Taguatinga, não poupou críticas ao signatário da ação, identificado como Wilson Issao Koressawa.

Na ação judicial, ele pediu que Bonner fosse proibido de "incentivar a vacinação obrigatória de crianças e adolescentes e a exigência de passaporte sanitário". Sem provas, ele também acusa o apresentador de "cometer os crimes de indução de pessoas ao suicídio, de causar epidemia e de 'envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo". 


Em seu despacho, a juíza classificou a solicitação como "delírio negacionista" e citou o jornalista e professor universitário Eugênio Bucci para embasar sua decisão.


“O Poder Judiciário não pode afagar delírios negacionistas, reproduzidos pela conivência ativa – quando não incendiados – por parte das instituições, sejam elas públicas ou não. Além disso, a decisão do Supremo Tribunal Federal, na ADPF 130/DF, consagrou o entendimento de que o exercício da liberdade de imprensa assegura ao jornalista o direito de expender críticas a qualquer pessoa, especialmente contra autoridades e agentes do Estado. Para Eugênio Bucci, aliás, mais do que direito do jornalista, a liberdade de informação é direito do cidadão e dever da imprensa”, escreveu a magistrada.


Ainda segundo Foley, Koressawa "reproduz teorias conspiratórias", sem respaldo científico e jurídico, "esvaziando seu texto em mera panfletagem política".


“Vivemos tempos obscuros traçados por uma confluência de fatores. É preciso coragem, maturidade e consistência política e constitucional para a apuração das devidas responsabilidades pelas escolhas que foram feitas. Nas palavras de Churchill, a democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as demais", iniciou a magistrada.

"Os inúmeros mecanismos de pesos e contrapesos da democracia nos colocaram na presente situação, mas será somente por meio dela que o Poder Judiciário, trincheira do Estado Democrático de Direito, poderá colaborar para que ensaiemos a superação da cegueira dos nossos tempos”, complementou.


Ela destacou ainda que o exercício da liberdade de imprensa assegura ao jornalista o direito de fazer críticas, entendimento validado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 


Foley salientou, por fim, que o advogado autor da ação se equivocou ao representar uma prisão, já que não tem legitimidade para tal, e que a análise do pedido não caberia ao Juizado Especial Criminal de Taguatinga. 

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